terça-feira, 3 de julho de 2007

Cada um plantando uma semente de transformação.

Voltando ao assunto da transformação desse mundo em um mundo mais evoluido, ou mesmo pensando na evolução de cada um, não posso deixar de observar algumas questões com relação à educação de nossos filhos.

Se queremos um mundo melhor, devemos começar nos modificando internamente e em seguida, plantando essa semente no coração de nossos filhos, para que eles também possam seguir semeando o bem. Afinal, essa é a função dos pais.

Observemos a questão 582 do Livro dos Espíritos:

582 Pode a paternidade ser considerada uma missão?

– É, sem dúvida, uma missão, e é ao mesmo tempo um dever muito grande que obriga, mais que o homem pensa, sua responsabilidade diante do futuro. Deus colocou a criança sob a tutela de seus pais para que esses a dirijam no caminho do bem, e facilitou a tarefa, dando à criança um organismo frágil e delicado que a torna acessível a todas as influências. Mas há os que se ocupam mais em endireitar as árvores de seu pomar e as fazer produzir bons frutos do que endireitar o caráter de seu filho. Se esse fracassa por erro deles, carregarão a pena e os sofrimentos do filho na vida futura, que recairão sobre eles, porque não fizeram o que deles dependia para seu adiantamento no caminho do bem.

A paternidade/maternidade é uma dádiva. Uma chance de resgate com antigos inimigos, um laço de carinho a mais com que já amávamos, uma oportunidade de ensinar algo de bom a alguém. Principalmente, a oportunidade de plantar uma árvore que dará bons frutos.

Vemos hoje uma preocupação exagerada dos pais em suprir as necessidades materiais de seus filhos, deixando de lado o que deveriam dar a eles de mais importante. Amor, carinho, responsábilidades, limites, retidão moral. E assim seguem os jovens cada vez mais dependentes de drogas, violência e banalidade.

Nos achamos responsáveis apenas pela sua subsitência material, nos sentimos culpados quando não podemos lhes dar um video game novo, mas nos esquecemos completamente que somos tão culpados quanto eles, ou até mais, quando eles tropeçam no mal e caem.

Outro dia vi na televisão o pai de um jovem que acabara de espancar um empregada doméstica num ponto de ônibus dizer que o filho e os outros jovens envolvidos eram crianças e não podiam ser punidos com a prisão. e aí entendi como foi que estes jovens chegaram até ali.

O Evangelho nos orienta: Ó espíritas! compreendei hoje o grande papel da Humanidade; compreendei que quando produzis um corpo, a alma que nele se encarna vem do espaço para progredir; sabei vossos deveres e colocai todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus; é a missão que vos está confiada e da qual recebereis a recompensa, se a cumprirdes fielmente. Vossos cuidados, a educação que lhe derdes, ajudarão seu aperfeiçoamento e seu bem-estar futuro. Pensai que a cada pai e a cada mãe Deus perguntará: "Que fizestes do filho confiado à vossa guarda?" Se permaneceu atrasado por vossa falta, vosso castigo será o de vê-lo entre os Espíritos sofredores, ao passo que dependia de vós tê-lo feito feliz. Então, vós mesmos, atormentados de remorsos, pedireis para reparar vossa falta; solicitareis uma nova encarnação, para vós e para ele, na qual o cercareis de cuidados mais esclarecidos, e ele, cheio de reconhecimento, vos cercará de seu amor. (cap. XIV)


Se observarmos esses ensinamentos, poderemos realmente colaborar na evolução desse mundo e sentir a alegria do dever cumprido.

Um comentário:

CEAHA disse...

Sarinha,

Muito importantes as tuas ponderações. Realmente, todos somos responsáveis por todos. Não adianta nos esquivarmos, na eterna responsabilização do próximo com as coisas que nos acontecem. Parabéns por essa tomada de consciência, as gerações do magistério, de ontem e de hoje te agradecem profundamente.
Abraço